A
entrevista foi concedida nesta manhã, pouco antes de o presidente receber alta
médica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. À tarde, ele voltou
para Brasília.
''Se
estiver envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente, o destino
não pode ser outro a não ser voltar as suas origens".
O
presidente ainda declarou que determinou ao ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, que a PF (Polícia Federal) instaure inquérito para apurar
as suspeitas contra as candidaturas do PSL.
"Já
determinei à Polícia Federal que investigue isso. O partido [PSL] tem que ter
consciência. Não são todos, é uma minoria que está nesse tipo de operação
[candidaturas de laranjas], que não podemos concordar", afirmou Bolsonaro.
A
explicação de Bolsonaro vem à tona depois de reportagens da Folha de São Paulo
que revelaram um esquema de candidaturas laranjas dentro do PSL.
Uma
matéria publicada no último domingo (10) mostrou que o PSL criou uma candidata
laranja em Pernambuco que recebeu R$ 400 mil de dinheiro público nas eleições
de 2018. Maria de Lourdes Paixão, de 68 anos, que concorreu para uma vaga de
deputada federal e obteve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada
com verba do PSL em todo o país, com valores maiores que o próprio presidente
Jair Bolsonaro.
O dinheiro
fora enviado diretamente para a candidata pela direção nacional do partido. À
época da candidatura de Maria de Lourdes, Gustavo Bebianno era presidente
interino da legenda, substituindo Luciano Bivar, e também coordenava a campanha
de Bolsonaro, pautada, entre outros assuntos, no discurso anticorrupção.
A Folha
também mostrou que Bebianno liberou R$ 250 mil para a candidatura de uma
ex-assessora, que por sua vez repassou parte da verba para uma gráfica de
fachada. A candidata Érika Siqueira Santos, que trabalhou como assessora do
partido diretamente com Bebianno, tentou uma vaga na Câmara dos Deputados e
obteve apenas 1.315 votos. A gráfica foi a mesma utilizada por Maria de Lourdes
Paixão, que afirmou ter repassado R$ 250 mil à empresa.
Em outra
reportagem, o jornal mostrou que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antõnio
(PSL), direcionou verbas do Fundo Partidário para empresas ligadas ao seu
gabinete na Câmara dos Deputados.
Crise
com Carlos Bolsonaro
Ontem, em
entrevista ao jornal O Globo, Bebbiano declarou que tinha conversado no mesmo
dia com Bolsonaro, então internado. Hoje, um dos filhos do presidente, vereador
Carlos Bolsonaro, desmentiu a conversa.
"Ontem
estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: 'É uma mentira absoluta de
Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar
do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista'", escreveu
Carlos em seu Twitter.
O vereador
ainda publicou um áudio onde o presidente Jair Bolsonaro diz a Bebianno que
"está complicado conversar". "Não vou falar, não vou falar com
ninguém, somente o essencial", disse Bolsonaro.
A conta do
próprio presidente retuitou o áudio na noite de hoje. Já em entrevista à
Record, gravada pela manhã, Jair Bolsonaro declarou que era mentira que teria
conversado com Bebianno ontem.
"É
mentira, sabe por quê? Porque eu determinei que a polícia federal investigasse.
Eu poderia ter dado um telefonema para o Sergio Moro, porque eu sou chefe dele.
Mas jamais farei isso, muito pelo contrário."
Determinei
ao Sergio Moro que, dentro da sua esfera de atribuição, se fosse possível
investigar. E está sendo investigado. Essa é a resposta que eu dou para todos
aqueles que tentam praticar corrupção no Brasil" - Presidente Jair Bolsonaro
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